Nas entrelinhas de um horizonte
sem fronteiras, encontrei uma dúvida. Dúvida de um dia que não encontrei nada.
Dúvida que me deu a certeza, de onde eu queria estar, agora, se o tempo parasse...
O que eu exatamente queria estar fazendo, sentindo. Vendo, não estaria vendo
nada, pois os olhos estariam fechados, ouvindo, nada também, pois o silêncio
fala por si só neste momento. Clamaria talvez por um dia ver esse momento
acontecer, até inventaria alguma maneira de o relógio flertar e ali, parar,
deixar o mundo passar, mas o momento esquecer parado, marcar e deixar sentir.
Sabe, o que se sente nessa hora,
não tem preço. Nada muda de lugar, nada sai de onde está, mas tudo, tudo é
diferente. Nenhuma luz ascende como antes, nem muito menos apaga, nenhum
sorriso no canto da boca modifica aquele sentimento que trás o sorrido de boca
toda.
Tudo, quem sabe, poderia mudar
hoje, mais uma vez. Senti aquela vontade de mudar, de jogar tudo para o alto e
deixar a vida amanhecer de pernas para o ar. Mas senti não ser ainda o momento.
Um dia, isso vai chegar, e eu talvez deixe de pensar um pouco no que os outros
falam, no que os outros pensam, um dia eu deixe, simplesmente deixe.
Talvez quando esse dia chegar, e,
farei de vez essa frase que já citei valar a pena. Frase essa do grande Bob
Marley que disse uma vez, em uma de suas viagens históricas: “Preocupe-se mais
com sua consciência do que com sua reputação, porque a sua consciência é o que
você é e a sua reputação, é o que os outros pensam que você é. E o que o que os
outros pensam que você é, é problema deles...”
É, esse dia pode ser hoje,
amanhã, depois, daqui um mês, um ano, dois, uma década, ou até quem sabe ele
não chegue, digo hoje que pode ser quando tu quiseres, pois se não for algo,
não será nada. Tanto que pode fazer viver infeliz e frustrado um ser de olhos
um tanto abertos, mas também fechado. Sabendo que nunca ira conhecer o vento de
outra direção. Porque não se sabe de que lado vem a proteção, ou de qual lado
vem o mal. Mau que pode ser bom, e bem que pode ser mal.
E eu ainda penso e elaboro leves
frases e pensamentos gelados em papel quente, transparente à luz de fogo. Fogo
de brasa, fogo de lenha, ou mesmo de líquido inflamável. Fogo artificial, ou
fogo de imaginação. Já que é o que aquece, quando um abraço não existe entre
duas pessoas. Nem querendo, nem pedindo e muito menos tentando me socorrer em seus
olhos sigo o dia a transitar a Serra de uma tarde fria, quente com sol, em
lugar verde com o vento soprando em direção. Concedendo a graça de tua ficção e
a certeza de um: Não existe nada!
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