Eu confesso, eu juro e eu
prometo. Tentei deixar meu coração dentro do peito, fechado, quieto, sádico e
enclausurado. Tentei, tentei, tentei, lutei, briguei, segurei, sofri, doeu, até
que passou e esqueci. Eu consegui, mas como já imaginava isso não iria ser para
sempre. Afinal ninguém consegue viver ser um alguém para sempre.
Mas tentando deixar de sofrer, mudei
algumas respostas, estratégias e táticas na vida, nessa infame vida amorosa.
Ainda deixei ele, lá fechado, enjaulado, o mais quieto e com menos acesso a
vida. E fui em trânsito, seguindo a vida, em qualquer lado e lugar que eu
fosse, via e avaliava tudo, pensando e repensando.
Sabendo sempre onde queria ir e
chegar, ou parecendo pelo menos saber, parecendo sentir apenas carinho e
amizade. E um dia, não, em um dia não, em uma noite repentina noite o destino
veio e bagunçou tudo, mas tudo mesmo, tudo aquilo que eu achava certo e errado
e o que era resposta jogou como perguntas, como se fosse um jogo de tabuleiro,
onde o final só vai se saber quem jogar, e se não jogar, como vamos saber se
vai dar certo?
Mas, como falei, eu jurei deixei
ele dentro do peito, e eu consegui. Ele ficou, tentando por entre as fissuras
sair, e não conseguia. Tentou ele em forma líquida fugir e derramar entre
lágrimas, mas fui mais forte e não chorei. Ainda tentou ele sair em forma de
fumaça, mas a razão não deixou que ele incendiasse. Tentou também pular fora do
peito, inteiro, eu até quase deixei esse momento ele sair, mas segurei e
coloquei ele no lugarzinho dele.
Esse negócio de ter bagunçado
perguntas e respostas, tem alguns meses, e é desde que um certo alguém pegou na
minha mão, e me deu para guardar em memória uma coleção de olhares, infames e
marcantes, apaixonantes olhares...
Fez com que eu colecionasse ainda
uma carteira de preciosos sorrisos, uma bolsa de abraços e de quebra, como
brinde alguns beijos, beijos esses que foram de todos os melhores que já tive.
Talvez sem tanto sentimento, ainda, porque senti também não ser algo sem
sentimento.
E me faz ficar perdendo o sono, e
tendo sonhos e planos, e até desenhos durante uma aula chata. É ele acabou
pulando do peito e escapando pelo ar. Agora, hoje, tenho vontade de estar só em
um lugar, dentro de um abraço, e eu faria qualquer coisa para estar lá, dentro
desse abraço, seguramente o melhor lugar do mundo.
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