sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Existe o fim de tudo... Não, não existe não... Ou existe sim...

Quando podemos dizer que tudo acabou? Sabe-se lá, me responde um amigo dia desses que estávamos conversando sobre a vida, coisa que faço com freqüência, com alguns amigos, e amigas, alguns pessoalmente, outros via MSN, ou telefone, também por e-mail. Mas conversando, não chegamos à conclusão de que as coisas nunca acabam, ou sim acabam, ficamos entre a cruz e a espada, entre pular para a direita ou para a esquerda do muro. Será que as coisas acabam mesmo para sempre? Ou será que as coisas não acabam para sempre? Elas acabam?
Quando as coisas chegam ao fim, pode ser quando nossas narinas estejam sufocadas, de tanta poluição, ou quando nossos olhos enchem-se de lágrimas, quando as aves partem, ou quando a noite chega, quando silencia o anoitecer, quando é o fim? Existe o fim?
As coisas jamais acabam. Situações sim acabam, mas o que aconteceu e passou, nunca acaba, sempre vai ficar, para sempre vamos lembrar, nunca deixaremos no esquecimento, por mais que quisermos, nada vai sumir da história, das nossas vidas, ou dos livros. Mesmo que deixemos naquele menor cantinho do cérebro, ou nas grandes partes confusas da vida, mais dia, menos dia, vamos nos deparar com a lembrança do acontecido. Sempre vamos ter algo para lembrar e contar, podes ter certeza.
Quando nossos sonhos terminam, quando tudo silencia, isso se pode dizer que é o fim, mas o fim de um sonho, que não saiu de nosso inconsciente, ou da nossa mente, que não sai de dentro da nossa cabeça, apenas ficou conosco, a não ser que contemos para alguém, e mesmo assim, ninguém vai imaginar da mesma maneira que nós imaginamos, porque comparamos ao momento em que ouvimos uma voz de uma pessoa por telefone, sem que a conheçamos, imaginamos ela de tal maneira, seu amigo, pode imaginar ela de outra maneira, e quando nos encontrarmos, você a vê totalmente diferente do que imaginou, e seu amigo também. Podemos imaginar que o céu é doce, podemos nos sentir mergulhando numa nuvem, e que esta seja feita de algodão doce. Mas isso fica só na nossa plena mente, porque nunca conseguiremos fazer uma maluques dessas. Seria sim, um momento singular em nossa vida, ficaria para sempre na história, sim. Seria tão bom, imaginem, uma nuvem colorida, de um mundo livre que nos deixa inventar o que quiséssemos viver, numa calmaria, mergulhar, ou numa melodia confusa das ruas de uma grande cidade, cair, e acordar do sonho.

No Fim Da Tarde


Imagino agora essa tarde
Com essas nuvens na minha frente
Ou sobre minha cabeça
Nem sei, confusão.
Sei que atrás dela ainda está o sol
Que me olha, como eu o olho, será?
Ele sabe de tudo, tudo o que fiz
Do meu passado, do meu destino
Resistindo tentado te encontrar
Mergulhando nesse mundo de pensamentos
E, confesso, de lembranças
Acabo até por te ver pulando nas nuvens
E eu ao seu lado, junto a pular
Rimos nessa hora
Brincamos nesse momento
Beijamo-nos, estamos felizes
Vivemos uma paixão
Paixão essa que não existe
Que me faz riscar da memória
Antes de uma despedida
Ou mesmo até de um olá.
Mais um fim de tarde veio
E você com ele não veio
Tudo bem, talvez não fosse o momento, ainda
Mas um dia essa hora chega
E aqui, com meus pensamentos insólitos
Estarei, pensando, e sonhando
Até a hora chegar.
[André Luís Rech!]

Nenhum comentário:

Postar um comentário